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quarta-feira, 27 de julho de 2011

CONTADOR - CONTA A DOR - CONTA A SUA DOR

A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la  é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler as entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram.
No fundo, o leitor é o autor da sua história...
(Augusto Cury, 2005)


ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Era uma vez... uma menina muito levada e muito curiosa de nome Alice.
Um dia Alice estava na varanda de sua casa;
- Minha nossa é um coelho usando uma cartola e vestindo um fraqui!! E ainda trás um relógio pendurado no pescoço! Ele está vindo para cá!
- Estou atrasado, estou atrasado! Oh meu Deus como estou atrasado!
- O coelho fala!!! Eu nunca vi o coelho falar! Bom dia sr, coelho!
-Uiii, você me assustou! Meu nome é Alice e você quem é?
-Isso não interessa, o que interessa é que estou atrasado, muito atrasado, mais que atrasado, terrivelmente atrasado!
Uma menina levada e curiosa que vivia no meio de uma sociedade padronizada e cheio de bons costumes, um dia vê um coelho saindo correndo para uma árvore. Muito curiosa saiu atrás do coelho e cai num lugar bem profundo, onde precisa ficar bem pequenininha para entrar num mundo desconhecido, o mundo das Maravilhas. Para entrar nesse mundo tem que ser criança, para se ainda desconstruída de significados e conceitos.
-Mas atrasado para que¿ Por que senhor coelho¿
-Não interrompa não vê que estou atrasado, não posso mais falar mais, adeus!
-Espere! Volte aqui senhor coelho, volteee!
-Aaaaah, Se ele passou pelo aquele buraco, eu também vou passar!
Assim como ele, entrou pelo buraco, e caiu.
- Socooooooorrrrrroooooooo !!!!!!!! Estou Caiiiindoooooooo !!!!!
-Que lugar será este ? Ahhhh, lá está o Coelho correndo de novo. Espere senhor Coelho, espereeee!
-Não posso parar, estou atrasado, muito atrasado.
-Pronto, o coelho sumiu novamente. Que lugar será esse? Para onde ele deve ter ido? E agora, o que que eu faço?                                    
-Alouuu
-Ih ouvi um alou... Quem será?

-Sou eu!
-Eu quem? Onde?
-Aqui em cima.
-Ah, um gato que fala também... Meu nome é a Alice e o seu quem é¿
-Permita que eu me apresente sou o gato!
-Isso me parece lógico!
-Tudo que eu digo é lógico menina!
 
-Verdade? Então diga-me qual o caminho que devo seguir?
-Depende para onde o lugar que deseja ir.
-Gostaria de encontrar o coelho falante que sumiu, dizendo estar atrasado muito atrasado.
-Oh sim! Refere-se ao coelho falante. Realmente ele estava com pressa.
-Com pressa? Para que? Por que?
-Porque ele estava atrasado.
-Sim, mas atrasado para que?
-Para se encontrar com a rainha de copas, ela vai cortar a cabeça dele!
-Isso é uma maldade, um coelho sem cabeça... onde mora essa rainha?
-No palácio dela ora.
-Ah isso eu sei...
-Então porque pergunta?
-Olha aqui seu gato não conheci ninguém tão irritante como você!
-Para dizer a verdade, eu também não! Adeus!
-Espere aí! Onde você vai? Sem dizer o caminho que devo tomar, para ir ao castelo da Rainha de Copas?
-Quem deve decidir é você, o problema é seu. Adeus.
-Volte aqui, volte aqui seu gato malcriado, volte!
Mas o gato transformou-se numa fumacinha e desapareceu tornando Alice furiosa!
-Não tem importância, não preciso desse gato doído. Eu mesmo descubro o caminho.
-Soldados de cartas, então o palácio da rainha deve esta perto!
Ela ia continuar a andar quando um soldado apareceu na sua frente.
-Alto! Pare onde esta, não pode passar!
-Não posso por que?
-Porque ali a diante esta o palácio da rainha de Copas!
-Mas é para lá exatamente que desejo ir!
O soldado sentindo a determinação da menina e de sua vontade disse:
-Neste caso pode passar!
-Obrigada!
Alice deu mais alguns passos e chegou ao castelo. Tudo era de copas com formato de copas de baralhos. Ao lado do palácio tinha um campo de futebol e Alice viu a rainha jogando bola com outras pessoas. Alice não resistiu ao ver a rainha cair sentada e gritou:
-Frangueira!
Todos se voltaram para a direção da voz, a rainha que já era avermelhada, não pode mais ficar vermelha, foi ficando azul de raiva e com uma boca imensa berrou:
Uma entrusa! Uma entrusa!Cortem a cabeça dela! Cortem a cabeça!
Foi uma confusão danada! Alice tentou correr mas havia muitos soldados sendo então agarrada e levada a presença da rainha.
-Me larguem, me larguem!
-Silencio! Cortem a cabeça dela!
-Não! Eu não posso ficar sem a minha cabeça!
-Não pode? E por que não pode?
-Eu não posso ficar sem a minha cabeça... porque...porque... eh ora porque eu não posso ficar sem a minha cabeça!
-Isso apenas não é motivo!
-Como não é motivo? Mande então cortar a sua cabeça então! Além do mais eu preciso do que esta nela! E a minha boca esta no meu rosto.
-E daí?
-Como e daí? Sem a cabeça eu não tenho rosto, sem rosto eu não tenho boca e sem boca, como poderei comer? E fique a senhora sabendo que eu ainda não almocei.
-Embora tenha falado muito, não disse absolutamente nada!
-Estou atrasado, estou atrasado! Oh meu Deus, como estou atrasado!
-O coelho falante!
-Cortem a cabeça, dele! Cortem a cabeça dele!
 Alice aproveitou seu ambiente reinante e escondeu dentro do próprio palácio. O coelho coitadinho estava apavorado!
-Majestade, perdão majestade!
-Não tem perdão, não tem perdão!
-O relógio estava sempre adiantado e quando não adiantava ele parava!
A rainha arrancou o relógio do coelho e jogou no chão. Sendo um relógio despertador, protestou despertando:
-Trimmmmmmmmmmm
O toque do despertador espantou a todos!
-Cortem a cabeça dela!
Os soldados com as novas ordens da rainha se dirigiram ao palácioaproveitando a oportunidade correu em direção contrária. A rainha ao ver o coelho fugindo deu uma nova contra ordem.
-Cortem a cabeça do coelho!
A confusão aumentou, era soldado, trombando de soldados, criados em cima de criados, como eram todos cartas de baralho as combinações iam se formando na proporção que caiam: dupla de valetes, dupla de ases, até uma canastra completa no chão. Da janela do palácio Alice fazia sinais para o coelho chamando por ele.
-Corra pra cá coelhinho, corra pra cá!
É claro o coelho entrou apavorado no palácio;
-Estou atrasado, muito atrasado! Oh meu Deus como estou atrasado!
-Senhor coelho! Pare de falar que esta atrasado! Você não esta mais atrasado para nada!
-Mas eu tenho que falar que estou atrasado! Eu tenho que falar alguma coisa!
-Mas fale alguma coisa desde que não seja esse irritante: Estou atrasado!
-Esta bem! Estou adiantado, estou adiantado. Oh meu Deus como estou adiantado!
-Puxa senhor coelho, como você sabe ser chato!
-Não vou perguntar se a rainha é doida,  porque acho todos aqui são doidos, malucos! Vamos, temos que arrumar um jeito de sair daqui! Fugir!
Na afobação de achar o caminho para fuga, Alice deu de cara com o Gato deitado numa banheira vazia.
-Alou!
-O gato!Estamos fugindo da rainha, ela quer cortar as nossas cabeças!
-Coitadinhos!
-Então saíam por aquela porta, a rainha não ira descobri-lós nunca!
-Obrigado seu gato, desculpe por te-ló chamado de irritante!Até que você é legal! Venha, venha, vamos coelho!
Alice correndo para a porta que o gato havia indicado, abriu a porta e deram de cara exatamente nos pés da Rainha de Copas.
-Cortem a cabeça, dele, cortem a cabeça deles!
-Que gato traidor!
-Estou adiantado, estou adiantado! Oh meu Deus, terrivelmente adiantado!
-Você não esta adiantado seu palerma, você está é atrasado! Disse a Rainha.
-Estou? O meu Deus, estou atrasado, terrivelmente atrasado!
-Cortem a cabeça dessa menina!
Alice sentiu uma coisa estranha acontecendo com ela. Olhou para suas mãos e elas estavam crescendo, as suas pernas também e todo seu corpo, de repente Alice estava maior, bem maior que a rainha, que os soldados, que todo mundo.
-Quem vai cortar a minha cabeça. Ou melhor, quem, quem será capaz de cortar a minha cabeça¿
-Socorro! Guardas, soccorro!
Estabelecida outra confusão, todos corriam para todos os lados. O gato se transformou numa borboleta e saiu voando, o coelho desapareceu no buraco do assoalho a rainha de tanto medo encheu que virou um balão, o soldados viraram cartas novamente e o palácio da Rainha de Copas caiu como um palácio de cartas, o que eu alias, o era.
-Minha nossa estou crescendo tanto, se eu não correr não vou conseguir passar pelo buraco daquela árvore e voltar para casa!
Alice começou a correr de volta, cada vez mais depressa.. Até que encontrou a saída do buraco da árvore, saindo daquele lugar na hora certa! Sentou-se na grama e viu sua casa ali perto com a mãe na janela, respirou profundamente aliviada e reanimada.
-Puxa vida, que coisa estranha! É melhor não contar para ninguém o que passei. Na certa vão me chamar de mentirosa. Mas uma coisa eu garanto, nunca mais vou querer saber de coelhos falantes e melhor e mais tranqüilo brincar com o meu gatinho.
E assim Alice voltou para e não deixou de continuar curiosa e sempre andando as voltas com as aventuras, porem não tão complicadas e embaraçosas.
Conto infantil de Lewis Carroll (Charles Dosgson), homem tímido, introvertido, conservador, matemático (lógico), fotográfo (fotografou a menina Alice, que o inspirou para sua obra, romancista e eu acrescentaria: um grande inteligente gozador! Ele adorava contar histórias para crianças. Publicou em 1865, que virou um clássico da literatura.
 Alice atrás do Coelho, seu grande desejo, cai num buraco... buraco de seu inconsciente, um caminho introspectivo, um caminho dentro de si mesma e conhece uma figura fundamental em sua história, o gato, que explica porque o coelho esta tão atrasado e para onde vai. Parecendo um terapeuta o gato não dá respostas, mas conduz Alice a buscar por elas, só assim ela seria capaz de escolher seu próprio caminho. O suficiente para deixar Alice com mais desejo ainda, afinal ela precisava defender o coelho da Rainha.
No caminho conhece criaturas curiosas: um chapeleiro doído, a lepre maluca, o ratinho silvestre...
Alice chega ao Palácio da Rainha de Copas e arma uma confusão. A rainha passa a querer cortar a cabeça dela também!
Na fuga quem aparece? O gato ensinando o caminho de fuga da rainha. O gato fez com que eles dessem de cara para a Rainha de Copas. Não foi a toa que Lewis Carrol escolheu o gato para este papel, pois o animal tem fama de traiçoeiro. O gato permite que Alice esteja de frente para a Rainha de Copas. Afinal aqui ocorre um rito de passagem... Alice fugia da rainha (mulher mais velha), porém neste momento, ela resolve não mais fugir e encarrar a rainha e aí sim é o momento do seu crescimento. Foi preciso encarrar aquilo que ela fugia, para crescer. Penso na menina que precisa dar um basta na super proteção da mãe, para se tornar mulher... A Rainha de Copas era uma crítica a Rainha Vitória, Rainha da Inglaterra.  Foi quando Alice começou a crescer e viu que era a hora de voltar pelo buraco que entrou, se não, não conseguiria voltar.
Ela volta no tempo certo! Sentou-se na grama e viu sua casa.
Alice, para conseguir alcançar o seu desejo - o coelho, precisou conhecer o Gato, ou seja, precisou passar pelo auto conhecimento, para assim crescer e amadurecer.
Bom... desde muito pequena eu amava esta história... era a única menina que gostava de Alice... no meio de tantas que adoravam, Cinderela, Branca de Neve... não entendia o porque... o tempo se passou... e Alice ficou... viva em mim...
Ao começar a pós graduação na Clínica Pomar em Arteterapia, sabia que iríamos nos encontrar e as coisas passariam a ter mais sentidos além da parte consciente... Não deu outra! No primeiro semestre... OFICINA DE CONTAÇÃO!! Que delícia! Vou viver Alice!
Nossa que viagem... confesso que ainda está sendo!! Pois a história acima resumida, tem ainda muitos conteúdos a serem trabalhados... mas vivi um pouco de cada personagem, corporalmente, atraves das cores, como o vermelho da Rainha de Copas que realmente me dominou... o encontro com o gato que era antes uma coisa que eu pouco ligava e agora passou a fazer todo o sentido... afinal ele É FUNDAMENTAL PARA A HISTÓRIA DA INDIVIDUAÇÃO DE ALICE! Eu vivi um pouco de cada personagem... vi sombras... vi personalidades...
No dia de contar para o grupo (PG 12), até chegar a Pomar estava tranquila, ao chegar bateu um friozinho na barriga e quando chegou a minha vez... eu contei, vivi!! E ouvi depois comentários de pessoas que viajaram comigo, que imaginaram, as palavras ressoavam imagens... Foi uma experiencia muito legal do qual quero trabalhar e explorar mais isso...

MITEMAS CONTIDOS NA HISTÓRIA DE ALICE

  • ÁRVORE
Uma dos mais ricos temas simbólicos.
Apesar das aparências superficiais e conclusões precipitadas, a árvore, até mesmo sagrada, que nem sempre é o objeto de adoração, é a representação simbólica de uma divindade superior.
Símbolo da vida em perpétua evolução, na ascensão ao céu, evoca todos os simbolismos da verticalidade. Por outro lado, serve também para simbolizar a natureza cíclica da evolução cósmica: morte e regeneração, as árvores de folha caduca, especialmente evocam um ciclo, a cada ano são despojadas e cobertas com folhas.  
A árvore torna a comunicação de três níveis do cosmo: o subterrâneo, por suas raízes nas profundezas, a superfície da terra, por tronco e galhos mais baixos, seus ramos superiores e no topo, desenhada por a luz do céu. Tem todos os elementos: água transmitida através da sua seiva, o solo é integrado ao corpo por suas raízes, o ar nas suas folhas, o fogo vem de sua fricção.
Significa o eixo do mundo. Desde suas raízes mergulhadas no chão e seus ramos no céu, a árvore é universalmente considerada como um símbolo das relações estabelecidas entre a terra e o céu. É sinônimo de eixo do mundo, sinais de renovação cíclica.
A árvore da vida é a árvore central, a seiva é orvalho celeste, seus frutos são a imortalidade (Retorno para o centro de ser estado edênico). Isto aplica-se aos frutos da árvore da vida do Éden e da Jerusalém celestial.
A árvore do conhecimento é justamente o instrumento da queda de Adão. A cruz de Cristo freqüentemente é tratado por outros como parte da árvore da vida, enquanto ao mesmo tempo, o instrumento utilizado por Cristo para a redenção do mundo.
A árvore é o símbolo da regeneração vida eterna.
"Ela é carregada com as forças sagradas, como é vertical, perde sai e retorna, e portanto, regenera, morre e renasce muitas vezes (ELIT, 235). Como observa Eliade, a árvore se torna a manifestação arquetípica do poder, e seu símbolo, espalhando-se, acaba por revestir o cosmos inteiro. A árvore não é só deste mundo, vai para a outra vida.
Representam os poderes reprodutivos femininos, simbolizam a energia vital da própria Terra.
A árvore cósmica é também
árvore vida, arquétipo de projeção em todos de uma imagem da família. Árvore Cósmica, o eixo do mundo, árvore da vida, símbolo universal é encontrada em todas antigas civilizações ...
O crescimento das árvores também simboliza uma família de uma cidade, um povo, nação e poder de um rei.... A expansão é apenas desenvolvidos no sentido da vontade divina.
O desenvolvimento contínuo. A árvore também considerado um símbolo da união de contínuos e descontínuos. "Ramos, galhos, as folhas são ligados e a árvore é a unidade. No caminho para a individuação do homem, que é reduzir a multiplas da unidade, a árvore representaria um evolução ordenada, o aspecto dinâmico, a possibilidade de expansão. André Virel observa que "o mito cristão do Gênesis fala de duas árvores no jardim do Éden, a Árvore da Vida no meio do jardim e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal.
A árvore do Irã são representadas geralmente perto de nascentes. Nestas grandes extensões de terras desérticas, o simbolizadndo a vida em si, toda a criação.
A árvore nasce, cresce e morre, é preciso por símbolo da vida de um ser humano. Em árvores de tradições judaica e cristã, simboliza vida espiritual. Onde estão as referências bíblicas Árvore da Vida, isto é, a vida eterna e da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal ".
A árvore é um símbolo feminino emerge da mãe, sofre transformações e produz frutos. Não só a própria árvore é transformada, mas tem um transformador de potência. A árvore da vida plantada no meio do paraíso, o rio de quatro braços como rodea (Gn 2,9.10) anuncia a salvação messiânica e sabedoria de Deus (Ez 47,12; Pv 3.18). A árvore da vida diz respeito somente aqueles que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro (Ap 3.7, 22.2). Árvore da Vida de Gênesis prefigura a cruz e morte de (Cristo árvore-cruz).
A árvore e análise moderna. Em assim a um símbolo da vida de fé a todos os níveis, do fundamental para a mística e a árvore é considerada como a mãe, a mãe água. Tem todas as suas ambivalências e sensores de força criativa. Você come nutritivos.
O simbolismo sexual da árvore é dupla. Externamente, o tronco é uma imagem ereto fálico. Árvores são bissexuais caráter simbólico, já que na América o fim é o masculino, mesmo se forem do sexo feminino. A figueira é fálico ... Mas não se pode considerar árvore como puramente fálica por causa de sua forma, também pode significar mulheres, útero ou mãe, e em um número de vezes em uma única imagem (Juni, 212-213).

  • Gato
Na Cabala e no budismo, o gato está associado com serpente indica o pecado, o abuso de bens deste mundo. Às vezes representado neste sentido ao pé de Cristo.
Na tradição celta, o simbolismo de gato é consideravelmente menos favorável do que o cão ou o Lynx. Parece que o animal tem sido encarado com alguma desconfiança .
Entre os índios Pawnee da América Norte (Flehe), o gato selvagem é um símbolo reflexão, habilidade e engenhosidade: observador, malicioso e ponderado, e obtem sempre o seu propósito. Por este fato era um animal mal sagrado, em certos ritos religiosos.




Da mesma forma, quanto aos romanos, as escavações na fundação do templo de Júpiter, foram descobertas na Terra uma dimensões do crânio excepcionais, os adivinhos interpretaram No mundo celta, a cabeça é o assunto de diversas crenças e práticas, mas no geral muito homogêneo. A principal, personalizada é um guerreiro: os gauleses cortam as cabeças de seus inimigos derrotados e os trazem em triunfo para as suas populações, amarrado no pescoço de seus cavalos. Os troféus eram preservadas com cuidado, se necessário óleo de cedro (Diodoro da Sicília, 5,29,5; Estrabão, 4,4,5). O Irlandês não age de forma diferente da os gauleses e os épicos oferecem centenas de exemplos do guerreiro carregando a cabeça do inimigo derrotado em um combate. A cabeça do adversário simboliza a força e o valor guerreiro, que vêm adicionado ao vencedor, e a morte por decapitação.   
  • Porta

A porta simboliza o local de passo entre dois estados, entre dois mundos entre o conhecido e o desconhecido, luz e trevas e o tesouro. A porta se abre para um mistério. Mas ele tem um valor dinâmico, psicológico, uma vez que não só indica a passagem, mas convida completamente. É o convite para viajar para mais. A porta se abre, permitindo a entrada e saída, a possível passagem de um domínio para outro. Geralmente, no sentido simbólico, o profano ao domínio do sagrado.
O Cristo glorioso pelo mistério da redenção é a porta pela qual entra o reino dos céus: "Eu sou a porta se alguém entrar por mim será salvo "(Jo 10,9). “Aqui é a porta de Javé, que os justos entrarão". O símbolo da porta aparece muitas vezes em autores romanos.
A porta também tem um significado escatológico. A porta como um lugar de etapa, e particularmente de chegada, naturalmente se torna o símbolo da imediação do acesso e da possibilidade de acesso a uma realidade superior (ou, inversamente, a efusão dos dons celestes na Terra). Assim, o retorno de Cristo é anunciado e descrito como um viajante
"O Filho do homem é a porta "(Marcos 13:29). Às vezes, o simbolismo é muito mais rico. O Cristo de Apocalipses (3.20) diz: "Eis que estou à porta e bato . Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, da vossa casa entrarei e cearei com ele e ele comigo. "Herdeiro da tradição, Cristianismo primitivo aguarda o retorno de Cristo. Por outro lado, abrir as portas da Nova Jerusalém escatológica (Is 60,11), o templo ideal simboliza o livre acesso do povo santo para a graça de Deus.
Os portões da morte (Is 38,10), o inferno ou estadia dos mortos (Mt 16,18) simbolizam o poder terrível deste abismo do qual você não pode ir, mas o Cristo é o vencedor. Ele tem suas chaves (Ap 3.7). Neste ponto, é melhor compreendida a porta é tida como uma indicação simbólica do próprio Cristo (Jo 10,1-10) é a única porta através da qual as ovelhas podem acesso, ou seja, o reino dos eleitos.
"O leigo, ao entrar no templo, deve inclinar-se, não por sinal de humildade, mas para indicar a dificuldade da passagem do mundo profano para o plano de passagem ... Este gesto pode lembrar também que, morto em vida profana, renascer para uma nova vida
que é acessado de forma semelhante ao a criança que vem ao mundo ".
Símbolos que norteiam a RAINHA DE COPAS

  • Coroa
Inclui a autoridade para governar, administrar e receber escravos.
O simbolismo da coroa se baseia em três fatores principais. A sua localização no topo da cabeça dá-lhe uma significativa: a parte não só os valores da cabeça, no topo da corpo humano, mas também os valores das que está além da nossa cabeça, o dom veio de cima: a identidade da marca transcendem de um evento. Sua forma circular indica perfeição e da participação da natureza celeste, simbolizado pelo círculo, juntando-se a coroa que está abaixo dele e que está acima, mas que marca os limites que em qualquer outra, separando o domínio dos celestes, o ser humano a partir da recompensa divina de um teste, a coroa é uma promessa de vida imortal, a forma dos deuses. Posteriormente, a coroa simboliza uma dignidade, poder, realeza, o acesso à um alcance e uma força maior.
Coroa expressa a mesma idéia de elevação, poder de iluminação. A um e outro são elevados acima da cabeça e são as insígnias de poder e luz. A coroa era antigamente decorada com botões de punho representando a luz. Símbolo da luz interior, que ilumina a alma de alguém que conseguiu batalha espiritual. C.G. Jung vê na coroa irradianda o símbolo por excelência do maior nível de evolução espiritual.  Os mortos são enfeitados com uma coroa. Coroas tendem a ser assimiladas a que conduz à divindade: são identificação do símbolo.
Os profetas dizem mesmo que Israel é a coroa seu Deus, isto é, o sinal de sua poderosa ação em favor dos homens. O conteúdo do símbolo da coroa é honra dos estados, alegria a grandeza, a vitória. De lá, ele vai facilmente à idéia de vitória escatológica transcendente. Assim, em Qumran, o Livro de Regras (4,7 s) promete aos fiéis a glória da vitória final. Uma vez que esta abordagem é para ler e entender Apocalipse 4,4-10: 24 anciãos no céu, representando a Igreja Deus, que usam coroas diante do Trono Deus. Cristo aparece como soberano, coroado pelo próprio Deus (Apocalipse 14:14).
"Por causa de sua origem solar, a coroa simboliza o poder real, poder ainda melhor, divino.
A coroa foi usada mais tarde para designar qualquer superioridade e recompensa da realização ou méritos excepcionais. Não é simplesmente o sinal da manifestação do um sucesso ou uma dignidade.

  • Boca
 Abertura que envolve golpe, palavra e os alimentos, a boca é o símbolo do poder criativo e, mais particularmente, a insuflação da alma. Simboliza um elevado grau de sensibilização, organização de poder através da razão. Mas esse aspecto positivo como qualquer símbolo implica o oposto. Força capaz de construir, promover, organizar e levantar, também é capaz de destruir, matar, destruir e derrubar: a boca destrói rapidamente e constroem os seus castelos de palavras. 
 
  • Vermelho

É segredo é o mistério vital escondido nas profundezas da escuridão e dos oceanos primordiais. É a cor da alma, libido e do coração. É a cor da ciência.
Mar Vermelho manifesta o simbolismo: representa o ventre onde a vida e a morte é transformada em outra.
Para tal é de fato a ambivalência o vermelho escuro de sangue, profundidade de cor é a condição de vida. Quando derramados, significam morte. Assim, proibições sobre as mulheres reais, o sangue é expelido pelos impuros. Essas mulheres são intocáveis, e em muitas sociedades devem ser atendidas antes de uma retirada purificadora para voltar à sociedade dos quais foram temporariamente excluídas.
Esta virtude do vermelho, puxado para Luz, reverte à polaridade do símbolo do sexo feminino e de noite, torna-se homem e solar. Em seguida, aparece uma nova cor, associado com branco e dourado, e esta é o símbolo essencial da força da vida encarna o calor e a beleza, a força motriz e generosa, livre e triunfante de Eros. Também encarna as virtudes do guerreiro.
Tanto o profano como o sagrado se torna sinônimo de juventude, santidade, riqueza e amor. O vermelho, chama pelo desejo: Rússia e China se associar a cor vermelha para todos festas populares e, especialmente, festivais da Primavera, o casamento e nos nascimentos, em que muitas vezes dizem a um menino ou uma menina que é vermelho, dizem que é bonita, como dizia na Irlanda celta.
Libertador, símbolo do amor, vermelho é a cor de Dionísio no Cristianismo o Espírito Santo. Ajuda o sacerdote durante a missa, está vestido de vermelho e branco porque representa o frescor do amor e do desejo de Deus. Para os alquimistas, vermelha é a cor da Pedra Filosofal, cujo nome significa pedra que leva o sinal do dom. O celeste fogo queima e purifica o coração e  também "a pedra filosofal é pura, uma vez que é composto pelos raios do sol concentrada " (ibid., p. 114). Ela é chamada também "absoluta", preciosa não sofre de qualquer impureza cerca-o antes e transforma tudo em pureza.
Tinha-se tornado o próprio símbolo do poder supremo: "o vermelho e branco são duas cores dedicado a Jeová como o Deus do amor e da sabedoria "(PORS. 125, n. 3), o que parece confundir e conquistar a sabedoria, justiça e força.
Quando o vermelho é exteriorizado, torna-se perigoso como o instinto de poder, se não controlado, leva ao egoísmo e ao ódio. Uma paixão cega e o amor infernal" (PORS, 131).
Agressivos e gananciosos, masculino e feminino. Conhecida é a atração universal das crianças pela cor vermelha. "Denota entre as virtudes espirituais amor ardente por Deus e ao próximo; das virtudes do mundo, a coragem e a fúria de vício, crueldade, assassinato e a matança, e no homem, a raiva."
No Extremo Oriente, vermelho invoca o calor, a intensidade da ação e paixão. Em todo o Extremo Oriente é a cor do fogo, e às vezes ao sul da seca (vermelho cor de fogo), portanto, usa-o nos ritos de construção.
É também a cor do sangue, da vida, da beleza e da riqueza. Cor vida também é da imortalidade. Na verdade o acesso aos grandes mistérios, o
saída da condição individual.
No Japão, a cor vermelha é quase que exclusivamente as mulheres. É um símbolo da sinceridade e de felicidade. De acordo com algumas escolas do Xintoísmo, vermelho significa harmonia e expansão. No Japão, os recrutas têm uma faixa vermelha simbolizando a lealdade à pátria.

  • Cabeça



  • Borboleta

O simbolismo da borboleta baseado na sua metamorfose: o Crisálida é o ovo que contém a potencialidade do ser, a borboleta emerge é um símbolo de ressurreição.
Como a saída do túmulo. Simbolismo do presente despacho no mito de Psiquê, representado com asas de borboleta. " Resulta do ciclo de vida para a morte de borboleta: na sua infância é uma pequena lagarta, e uma lagarta na sua maturidade, é borboleta na sua velhice sua sepultura é onde sai do casulo da sua alma, em forma de borboleta, a implementação dessa borboleta é a expressão de sua reencarnação. A psicanálise também visto na borboleta um símbolo do renascimento.

domingo, 17 de julho de 2011

ARTETERAPEUTA, UM FACILITADOR DO PROCESSO DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS...


A oralidade de contar histórias surgiu no momento em que o homem sentiu necessidades de comunicar suas experiências.
Homens primitivos se reuniam em rodas e ali um de frente para o outro, compartilhavam suas memórias, seus medos, seus prazeres, suas expressões... os mais velhos da tribo para os mais novos...
Antes de escolher uma história, é necessário o arte terapeuta conhecer o grupo do qual será compartilhado a história. Diante de suas histórias, sua faixa etária, a necessidade do grupo, da escola naquele momento é que vai encaixar a história escolhida.Fantasia e realidade se confundem, falamos de personagens, falamos de nossas histórias subjetivas, projetamos ou refletimos no personagem nosso eu, trabalhamos com os símbolos, com as metáforas existentes com a realidade do outro, do ouvinte que se envolve na história. Fica mais fácíl trabalharmos a criança através de um conto, ela falará tudo sem se sentir ameaçada, afinal esta falando "do personagem".

"Ouvir histórias é um dos recursos de que as crianças dispõem para desenhar o mapa imaginário que indica seu lugar, na família e no mundo. Histórias de crianças que saem ou são expulsas de suas casas, ou que perdem o rumo de volta depois de um passeio mais ousado e se deparam com perigos inimagináveis, funcionam como antecipações que lhes permitem dominar o medo do ‘mundo cruel’ que, mais dia, menos dia, terão que enfrentar".
           Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso, no Livro Fadas no Divã – Psicanálise nas Histórias Infantís.
Depois de uma escuta sobre a turma da oficina e escolhido a história desta turma, o arte terapeuta depois de contado, vivenciado, interpretado a história
ele convida a todos a materializar o que aquela história lhe causou, que imagem veio do seu inconsciente só para você, que arquétipos coletivos da história da humanidade o conto te gerou...

Estudando uma musica que foi sucesso infantil dos anos 80, descobri que ela foi gerada a partir de um filme, do filme fiz alguns estudos da cor azul e assim vai... deixe sua imaginação correr solta...

VAMOS VIAJAR....
Pássaro Azul ( Trem da Alegria)
Composição : Michael Sullivan e Paulo Massadas

Eu sei uma estória
Vem correndo, vem depressa, vou contar
Na trilha do vento
Você pode encontrar o amor
Voa pássaro azul
Voa de norte a sul
Traz pra sempre a esperança
Faz o mundo criança
Num abraço bem forte
Traz pra sempre a sorte pra mim
Não deixe o sonho acabar
Meu lindo pássaro azul
Solto pelo ar
Fazendo a vida sempre mais bonita
Voa canção
E leva o meu coração
Faz brilhar a paz
Que a vida é de quem nela acredita


O PÁSSARO AZUL  
                        
       O filme e uma gracinha... o livro foi escrito de 1908. Porém essa reedição do filme (tem mais antigas e mais atuais) foi feita em 1940. Para quem esta em busca do seu pássaro azul, eu recomendo...  para  ter acesso ao filme ele esta disponível em locadoras modernas como Blockbuster e Netmovies. Professores, é um ótimo filme para se discutir onde fica, onde esta, o que é a felicidade...

  
Sinopse

Mytyl (Shirley Temple) é uma menina mal humorada e que não dá valor à família que tem e aos amigos. Ela captura um pássaro e o prende em uma gaiola. Até que ela e seu irmão Tytyl (Johnny Russell) recebem com pesar a notícia de que o pai irá para a guerra e ficam tristes. Até então seu mundo é preto e branco. Até que ela recebe a visita de Luz (Sybil Jason), uma fada, que irá lhe guiar e ao seu irmão, juntamente com a gata e o cachorro agora transformados em gente, em busca do pássaro azul da felicidade, que poderá estar no passado, presente ou no futuro. No passado eles reencontram os avós já falecidos, no presente eles são adotados por uma família rica porém egoísta, e no futuro eles veem a irmã que ainda terão.
Ao retornar da viagem, ela descobre que a felicidade sempre esteve em sua casa, na figura do pássaro, agora azul, preso em sua gaiola.

Curiosidades

- Shirley Temple era à essa época a criança mais famosa de Hollywood.
- O filme veio após ela ter sido negada a participar do filme O Mágico de Oz, estrelado por Judy Garland, pois seu estúdio negou-se a empresta-la a MGM.
- O filme foi inspirado na peça homônima de Maurice Maeterlinck.
- Esta foi a primeira vez que Shirley deixou de interpretar uma menina doce, pois Mytyl era na verdade uma garota impetuosa.
- Infelizmente esta mudança não agradou ao público, que não se acostumou com a nova imagem de Shirley.
- A atriz Gale Sondergaard que fez a gata Tylette, havia sido escada para ser a Bruxa Má de O Mágico de Oz, mas como o papel exigia feiúra, ela foi dispensada.
- Duas outras versões: 1918 e 1976, com o mesmo título.
- A pequena atriz Caryll Ann Ekelund, que participa da sequencia do futuro, morreu pouco após as filmagens, em decorrências de queimaduras em uma festa do Dia das Bruxas.

Prêmios

- Indicado ao Oscar de Melhor Fotografia Colorida e Efeitos Especiais.

A COR AZUL

Azul: Profundidade, lealdade, confiança, sabedoria, inteligência, fé - cor da espiritualidade, verdade, eternidade.
Azul-marinho: conhecimento, o mental, integridade, poder, seriedade.

Ele estimula uma introspecção para que possamos perceber com maior clareza fatos e acontecimentos da vida pessoeal, ele é uma porta para o inconsciente, daquilo que temos de mais profundo.


Pesquisando sobre o pássaro azul descobri um texto interessante...


Israel Pedrosa, no livro “Da cor à cor inexistente”, escreve que a lenda do pássaro azul, símbolo da felicidade inatingível, nasceu da analogia secreta do azul com o inacessível. Diante do azul – formula o autor –, a lógica do pensamento consciente cede lugar à fantasia e aos sonhos, que emergem dos abismos mais profundos de nosso mundo interior. Por sua indiferença, impotência e passividade aguda que fere, o azul atinge o portal do inconsciente.

Deus anunciou: “Que haja luz!”, fazendo-nos a mágica do princípio. E, separando o negrume do caos, e criando-se o dia, abriu o cortinado azul dos oceanos e do firmamento. Fez também um cenário de aventuras, pra que dominássemos os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos e todas as feras, e todos os répteis que rastejam sobre o chão, em todas as cores, mescladas de azul. Atinando em Deus, mais que no realismo físico das cores, Da Vinci formulou: “o azul é composto de luz e trevas, de um preto perfeito e de um branco muito puro como o ar”. E disse Goethe: “o preto que clareia torna-se azul”, percebendo, na criação, a maravilhosa passagem da treva à luz. E, no desespero pela libertação das trevas, fizemo-nos Ulisses, e singramos a imensidão azul dos sete mares, e dos sete mil Danúbios azuis, na ânsia de apalparmos a matéria invisível dos sonhos. Fizemo-nos barqueiros de Colombo, na “azzurra” esquadra para o mundo novo. Fizemo-nos Quixotes, pelas andanças em busca de devaneios, campeando nas quimeras da pureza. No deslizar da história, e tentando vencer a gravidade do chão, fizemo-nos, enfim, ritualísticos e desde sempre Ícaros. Contemplamos a terra como um sonho todo em azul, nas aventuras de Buck Rogers; fizemo-nos Flash Gordon a cruzar o espaço sideral, e a mostrar-nos o tom sobre tom do grande azulejo terreno, antecipando a comprovação grave e comovida de Iuri Gagárin, a contemplar o planeta: –A Terra é azul!, ...solta, liberta, girando e girando silente, em seus matizes de índigo-blue, na tela calma do infinito.

No grande tear da existência, ao tecer as fibras mais ordinárias do estar e conviver no mundo, fazemos do azul a cor do Nirvana; dependuramos em nós a pedra-amuleto de água-marinha, na crença propiciatória das viagens tranqüilas; pintamos a casa nos tons de azul, se a queremos morada da felicidade. E, se buscamos na fonte o batismo da inspiração, tingimo-nos de azul, e escrevemos uma crônica toda em azul. E azul será, imaginária e livre, a crônica de um amanhecer acinzentado, no espaço branco e preto do jornal.
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Romildo Sant’Anna, escritor, livre-docente, recebeu o Prêmio ‘Casa de las Américas” – Havana. É curador do Museu de Arte Primitivista ‘José Antônio da Silva’ – São José do Rio Preto –SP - Brasil

Vamos a mais uma historia com o azul...

O VESTIDO AZUL


Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado, e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.
O professor ficou penalizado com a situação da menina. "Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?"
Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar-lhe um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.

Quando a mãe viu a filha naquele lindo traje, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquela roupa nova, fosse tão suja para a escola.

Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos e cortar suas unhas. Quando acabou a semana, o pai falou:
- Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.

Logo, a casa destacava-se na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

Os vizinhos ficaram envergonhados por morarem em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado.
Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela vestido azul.

Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, fez a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo com que outras pessoas motivassem-se por melhorias.

Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar que vive? Ou por acaso somos daqueles que somente apontam os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito?

Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É complicado mudar o mundo, mas é possível plantar uma rosa azul.